Com Informações de: Jornal Cenário MS
Foto: Reprodução
A Câmara Municipal de Bataguassu interrogou nesta quinta-feira (13) a primeira testemunha da CPI da Saúde que apura irregularidades na gestão dos serviços públicos da saúde na administração do prefeito Akira Otsubo (MDB).
Presidida pelo vereador André Bezerra (PDT), a primeira oitiva da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ouviu a jovem Joice Santos Amorim, que após complicações na gestação perdeu sua bebê de 7 meses e meio e acusa a Pronto Socorro Municipal e a prefeitura de Bataguassu de negligência no atendimento.
Segundo Joice, a falta do atendimento de um ginecologista nos dois dias que ela que foi até o Pronto Socorro da Casa de Bataguassu, causou o agravamento do seu quadro clínico, ocasionando a morte da bebê.
Durante o depoimento, Joice descreveu com detalhes o fato que teve inicio no dia 09 de janeiro, um sábado, quando ela procurou o Pronto Socorro da Santa Casa de Bataguassu. No hospital ela não foi submetida ao atendimento de um ginecologista, que segundo informado por ela, com base no que teria dito o clínico geral que realizou o atendimento, Dr. Guilherme, o especialista do dia era o Dr. José Sebastião Andrade Junior, popularmente conhecido por “Dr. Junior”. Conforme Joice mesmo tendo conhecimento do seu quadro clínico por meio de telefone e por vídeo enviado pelo clínico geral, o especialista de plantão não foi até o hospital realizar o atendimento e ela foi liberada para retornar para casa.
No domingo, dia 10 de janeiro, sentindo dores ela retornou ao Pronto Socorro e foi atendida pelo Dr. Rodrigo. Segunda ela, ele realizou o atendimento e teria dito que estava tudo bem e que ela somente estava desidratada e a deixou em observação tomando soro mas não realizou nenhum procedimento de toque e também não chamou um especialista para dar um diagnostico mais preciso, sendo liberada em seguida para retornar para casa.
Segundo Joice na segunda-feira, dia 11, ela foi até a clínica do Dr. Junior, que também era seu médico particular, e chegou a ficar sem responder suas mensagens do dia 03 de janeiro – quando ela já sentia uma mal estar – até o dia 09 do mesmo mês e lá durante consulta já a noite foi informada que sua bebê estava morta.
Muito emocionada Joice contou ainda em seu depoimento que todo procedimento para retirada da sua bebê já sem vida, foi realizado na Santa Casa de Bataguassu no dia 12 de janeiro.
Novas revelações
Durante depoimento Joice trouxe novas revelações sobre o caso como uma conversa que ela teria tido com o ex-secretário Geison que chegou a revelar a ela que no dia da sabatina ele teria dito somente o que foi passado pela assessoria jurídica e que não tinha conhecimento dos fatos
“Eu mandei mensagem para ele dizendo que ele iria ter que provar o que ele falou. Logo ele entrou em desespero e quis conversar. Ai eu passei o WhatsApp ele conversou com meu marido. Ai meu marido pediu para ele ir até em casa e ele foi. Lá em casa ele sentou com nós e conversou. Ele falou horrores!” disse Joice que ainda afirmou ter provas das conversas.
Ainda em seu depoimento, Joice disse que na conversa por telefone o ex-secretário desabafou “Ele dizia na chamada que ele estava saindo deste cargo, porque ele não aguentava muita coisa errada e ele disse que não falou aquilo porque ele sabia (se referindo a fala do ex-secretário na sabatina), mas sim porque mandaram ele falar. Ele até pediu desculpas e perdão para gente por não ter ido antes saber mais do caso e foi lá falar o que não devia.” Em seguida ao ser questionada novamente pelo fato ela acrescentou “Ele disse que pegou o bonde andando ele não sabia de nada”. Indagada sobre quem teria repassado ao ex-secretário o que ele tinha que falar, Joice confirma que seria o Departamento Jurídico da prefeitura.
Em seu depoimento, Joice também reafirmou, como já havia publicado em vídeo nas suas redes sociais, que as informações repassadas pelo então secretário de saúde, Geison Santos, no dia da sabatina realizada pela Câmara Municipal, sobre a questão da escala médica não condiz com o que foi dito a ela pelo médico que realizou o atendimento no dia 09 de janeiro. Na sabatina Geison trouxe uma escala médica na qual o médico de plantão no dia seria outro médico e não o Dr. Junior, como dito pelo Dr. Guilherme. Joice disse ter provas sobre o que teria sido dito pelo pelo clínico geral sobre o plantonista do dia.
Sobre as novas revelações o relator, Cleyton Silva (Podemos), disse a imprensa que considera todas muito graves e que tudo deve ser incluído nas investigações
Já o ex-secretário Geison Santos, também será ouvido nos próximos dias pela CPI e poderá se defender das acusações.
Assista abaixo a trasmissão do depoimento feito pelo Jornal Cenário MS, Portal Notícias em Rede e Jornal Produção.
