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Bataguassu

Novo chefe de gabinete do “Time Akira”, André Bezerra deixa cadeira de vereador para assumir cargo que atestou como irregular

Com informações de: Consórcio de Imprensa / Jornal Produção, Jornal Cenário MS e Jornal Notícias em Rede

“Noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação” – frase de Henry Kissinger, alemão que foi ministro das Relações Exteriores dos Estados Unidos nos anos 1970, cai como uma luva no cenário atual da política em Bataguassu, assim também como outra frase dita pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues, que: “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”. Para garantir sua sobrevivência política, o prefeito de Bataguassu Akira Otsubo (MDB), entrou no jogo e seu alvo está sendo Câmara de Vereadores, e depois da ida do vereador Renatinho (PSDB) para sua base, a vez agora foi do vereador André Bezerra (PDT), que além de ir ‘para lado” do prefeito, ainda deixou seu cargo no Poder Legislativo, e a partir de agora será seu novo chefe de gabinete – cargo de assessoria direta – no Poder Executivo. Atualmente André Bezerra não era apenas um número na Câmara, ele também era o presidente da CPI da Saúde, que investiga supostas irregularidades cometidas na gestão de Akira a frente da prefeitura e membro do comissão no processo de cassação, que o chefe do executivo, agora seu patrão, enfrenta na Câmara Municipal.

A decisão de sair do cargo de vereador e ir ser o chefe de gabinete do prefeito, foi divulgada oficialmente na tarde desta sexta-feira (09), em um evento político que contou com a presença do prefeito Akira Otsubo (MDB),  deputado estadual Amarildo Cruz (PT), deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), e os vereadores da base do prefeito, além do ex-prefeito João Carlos Lemes. 

Por irônia do destino, André Bezerra assume um cargo que ele mesmo já atestou como irregular. Tanto em um relatório criado pela Câmara Municipal e enviado a prefeitura como requerimento Nº 0038-202 que possui sua assinatura e pedia a extinção do cargo, quanto na denúncia apresentada a Câmara pelo empresário Fabrício Moraes de Almeida, a qual ele votou favorável para abertura do processo de impeachment, o cargo que ele ocupa é tratado como irregular.

Segundo os apontamentos, mesmo previsto na estrutura do município, o cargo de chefe de gabinete, ocupado hoje por André Bezeera, não poderia estar nomeado devido a Lei Complementar 173/2020, de autoria do Governo Federal, que delimita regras pela calamidade pública decorrente da pandemia da Covid-19 até o fim de 2021. A lei só permite  contratações para as reposições, desta forma, os cargos que estavam vagos por um grande lapso de tempo, como o caso de Chefe de Gabinete, estariam expressamente proibidos de serem nomeados.

Critíco ferrenho da gestão Akira, André chegou a elogiar a administração do prefeito em seu discurso de posse. A mudança de discurso aparece em um momento delicado da política em Bataguassu, quando há atualmente duas CPIs abertas contra o chefe do executivo municipal. 

A primeira é a CPI da Saúde, resultado das denúncias apresentadas em relatório de uma comissão especial, com base no depoimento do ex-secretário de saúde, Geison Santos, em uma sabatina realizada na Câmara Municipal. Entre os fatos a serem apurados está o caso da jovem Joice Amorim. que no dia 11 de janeiro perdeu o bebê de 7 meses de gestação após não ter sido atendida por um ginecologista no pronto-socorro da Santa Casa de Bataguassu. O caso foi revelado duas semanas depois pelo Jornal Cenário MS. Uma semana depois, um bebê, Antonella de 1 ano morreu após a família acusar de não ter assistência pediátrica no mesmo hospital. Também foi constatado que o hospital contratou médicos sem registro junto ao CRM/MS (Conselho Regional de Medicina). Outro fato apontado é que o sistema de saúde estaria sofrendo com influência de terceiros.

Na CPI da Sáude, André Bezerra era até ontem, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, cargo que assumiu no dia 10 de maio, após a saída do vereador Dr. Éder (Podemos).

A segunda é a Comissão Processante de Inquérito (processo de impeachment) que tem como base a denúncia protocolada no dia 07 de junho de 2021, pelo empresário, Fabrício Moraes de Almeida. O documento aponta supostas irregularidades cometidas pela administração municipal nas contratações de servidores públicos que atuam no município de Bataguassu.

Entre as principais denúncias apontadas, as irregularidades atinge os recursos destinados a saúde, que segundo o documento estariam sendo empregados para contratar vigias para trabalhar em praças da cidade, com o nítido intuito de burlar a legislação e satisfazer compromissos políticos;  acusação de suposta prática de nepotismo, que além do prefeito envolve também sua ex- chefe de gabinete, Maria Aparecida Maia, a vereadora Eliane de Oliveira (PSDB) e familiares da vice-prefeita de Bataguassu, Zélia Bonfim das Virgens. O documento traz também um pedido de investigação pela Câmara Municipal no caso no qual Maia, chefe de gabinete, propõe realizar um pagamento ‘por fora’ para uma servidora do município e contratações irregulares em vários setores da prefeitura. A denúncia aponta também dentro das irregularidades um “aumento exorbitante da folha de pagamento com pessoal” na prefeitura de Bataguassu.

Na CPI que pode cassar o mandato do prefeito, André Bezerra era um dos três membros. 

Nós batidores já circulava a cerca de um mês, que o prefeito estava em negociação com vereador André. As negociações se intensificaram após a chegada da denúncia do empresário Fabrício Moraes de Almeida e após a posse do deputado Amarildo Cruz, que assumiu uma cadeira no Lesgislativo Estadual com a morte de Cabo Almi. 

Além de André Bezerra, também foram para base nos últimos 15 dias, o vereador Renatinho (PSDB), que já chegou a chamar a administração Akira de “medíocre” e o presidente da Câmara, Maurício do XV (PSDB).

Com a saída de André da Câmara, agora assumi sua cadeira o vereador Marcelo Goes (PDT).

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