Fonte: O Sul-mato-grossense
Imagem: Reprodução
O delegado adjunto da DPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Marcelo Batista Damaceno, confirmou que José Evaristo Diel Freitas, ex-aluno do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, foi indiciado pelo crime de injúria racial contra um colega da instituição, de 17 anos.
“Foi indiciado sim. Faltam ouvir algumas testemunhas no caso para que ele seja encaminhado ao Ministério Público”, explica Damaceno.
Segundo o delegado, José Evaristo foi indicado por injúria racial contra um dos estudantes do IFMS. “Foi injúria majorado e ele acabou injuriando um aluno que é negro. O inquérito foi baseado só em um fato, outros não foram apurados”, frisa.
O inquérito será encaminhado ao MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) nos próximos 15 dias, o tempo necessário para ouvir o restante das testemunhas.
Entenda o caso:
O estudante de informática José Evaristo Diel Freitas, 18 anos, foi acusado de proferir ofensas raciais e promover o nazismo em mensagens trocadas por um aplicativo.
O caso aconteceu no dia 24 de fevereiro, quando o suspeito fez uma série de comentários racistas em uma lanchonete localizada perto do campus do IFMS, onde alunos costumam comer. José Evaristo teria seguido um grupo de estudantes até o local, quando abordou uma menina se dizendo nazista.
Segundo reportagem publicada em O Globo, quando a estudante se espantou, José retrucou: ‘O que foi? Você é judia por acaso?’. Quando ela disse que sim, ele falou que podia ficar tranquila que ela seria a última a morrer. Em seguida, ele teria apontado para o aluno e dito que ele seria o primeiro a morrer por ser maior e negro.
“Em seguida apontou para o colega à minha esquerda e disse que ele seria o segundo por ser negro e menor. Depois apontou para um terceiro colega e não falou mais nada. E, no último, disse que ele deveria torturado”, disse a vítima, que conta ter entrado em “estado de choque”.
Ainda segundo O Globo, a vítima procurou o IFMS para denunciar o caso. Em 3 de março, houve uma reunião com os pais de outros alunos que também relataram ameaças de José Evaristo. O aluno foi então suspenso provisoriamente.
“Tu não é ariano”
Além do caso na lanchonete, José fez comentários nazistas em um aplicativo chamado Discord, usado geralmente para games. “Tu não é ariano, te coloco para assar”, publicou na época, se referindo ao grupo étnico formado por brancos, que nazistas defendiam ser superiores aos outros seres humanos.
Antes, ele mandou uma mensagem que dizia “faço saudação nazista e te mando se ‘concentrar’”, supostamente fazendo alusão a campos de concentração.
