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Bataguassu

Em sessão da Câmara Municipal de Bataguassu, vereadores comentam sobre políticas de prevenção ao suicídio e funcionamento do IML

Na noite de ontem, em sessão ordinária da Câmara Municipal de Bataguassu, o assunto tratado com maior ênfase foi os casos de suicídio ocorridos no município e no Distrito de Nova Porto XV. Em menos de 24 horas, dois jovens cometeram suicídio, enlutando a cidade.

O primeiro a fazer o uso da palavra foi o vereador Jaime do XV (PODEMOS), que citou os dois casos de suicídio, mostrando preocupação com os índices de suicídio no estado e informando que buscará informações com as autoridades da educação no município, a fim de combater o suicídio.

Também sobre o assunto, Jaime citou sobre o funcionamento do IML no município. ” É urgente o início das atividades do nosso IML. É inadmissível ver uma mãe desesperada por três, quatro ou cinco horas, é aterrorizante a cena, de um filho na situação de suicídio. Não só pra mãe, pras pessoas que conhecem, pra família, mas em especial pra uma mãe hoje. Não estou querendo culpar a equipe de Nova Andradina ou de Dourados, que tem que vir de longe, se deslocar pro nosso município”.

Ainda sobre o IML, Jaime solicitou as autoridades competentes que coloquem em funcionamento. “Estão aí os nossos deputados estaduais e federais batendo na nossa porta. O prédio está feito, e a gente vê situações desagradáveis e desumanas de família chorando pelo seu ente querido e o corpo por horas e horas no local, indo pra Dourados ou Nova Andradina”, finalizou Jaime.

O vereador Renatinho (PSDB), também em uso da palavra, mencionou ontem como uma “data terrível”, citando como uma grande causa a depressão. ” A depressão é uma doença da alma, que ela interrompe o ciclo da vida, porque na verdade são os filhos que tem que enterrar os pais, e não os pais que devem enterrar os filhos. É muito doloroso para nós que somos pais e para todas as mães que tem os seus filhos, e se deparam com uma situação tão recorrente como nós temos acompanhado não só em Bataguassu, mas também em nível de Brasil”, disse Renatinho.

Renatinho mencionou um projeto de sua autoria, da legislatura passada. “É um projeto voltado para suicídio e depressão. Esse projeto, ele dá aos pastores, aos padres, as pessoas que são formadas em relação a qualquer tema que venha a ser suicídio ou depressão, dá a liberdade para que elas possam ir nas escolas, e lá fazer as suas palestras voltadas para esses jovens, que muitas vezes tem esses sintomas, mas não conseguem entender”, finalizou Renatinho.

Com o seu uso da palavra, o Vereador Cleyton Silva (PODEMOS), iniciou sua fala mencionando o município estar em luto, e relatou estar profundamente sentido com os casos de suicídio. “Os números a cada dia aumentam mais, e creio que todos nós temos que chamar a nossa responsabilidade, no mesmo sentido que os colegas me antecederam e disseram. Em 2018, foi aprovada nessa casa uma lei de minha autoria. A lei 2508, e ela trata sobre o Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio, e a saúde mental dos jovens. Naquela época mencionei que com esta lei se conseguíssemos salvar uma vida eu estaria feliz, mas infelizmente a lei não saiu do papel e pouca coisa aconteceu de lá pra cá. Em 2020 iniciou esse programa através do CAPS”.

Cleyton relata que neste ano apresentou um requerimento pedindo informações à Secretaria Municipal de Saúde sobre esta lei. “Elaborei o requerimento 17, justamente perguntando ao Secretário de Saúde, quais eram as medidas que estavam sendo implementadas para dar cumprimento a esta lei, e me foi respondido em poucas linhas de que as ações seriam feitas no Setembro Amarelo. O Setembro amarelo a gente já sabe que é o mês de prevenção ao suicídio, mas esta lei ela vem justamente para que as ações não ficassem apenas restritas ao mês de setembro”, relata Cleyton.

Finalizando a sua fala, Cleyton relata a dor da família e critica o tempo de duração dos velórios. “Porque o velório tem que ser de 3 horas? Qual a razão, o estudo científico que demonstre isso? Esse jovem que faleceu em Nova Porto XV, o corpo vai ficar dentro de uma funerária pra amanhã cedo ser velado por apenas 3 horas. O que justifica proibir o velório? Nas festas não pega covid, aqui não pega covid? Não tem razão pra isso gente, não precisa de demagogia, será que é só no velório e na igreja que pega Covid? Esse decreto tem que ser revisto. As vezes tem um familiar que precisa vir de longe, e não dá tempo de chegar. Três horas de velório só”, finaliza Cleyton.

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