Fonte: Campo Grande News – Imagem: Divulgação
Adriana Aparecida Nunes, 43 anos, natural de Uberaba (MG), morava no Rio de Janeiro até junho deste ano, quando foi presa, em cumprimento ao mandado de prisão expedido pela Justiça de Campo Grande: há 9 anos era procurada pela morte do comerciante local, depois que jogou copo de álcool no corpo dele e ateou fogo, em crime ocorrido há 17 anos.
O processo contra Adriana ficou suspenso durante nove anos, já que ela não foi encontrada para ser oficiada da denúncia. Agora, a ação a que responde por homicídio qualificado volta a tramitar, já com audiência marcada para dia 18 de outubro deste ano.
A prisão foi divulgada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Adriana foi presa no dia 10 de junho em uma agência dos Correios na Avenida Presidente Vargas, no Bairro Cidade Nova.
A ação foi realizada em conjunto por policiais da DRF-RJ (Delegacia de Roubos e Furtos) e DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) de Campo Grande.
O titular da DEH, Carlos Delano, explicou que existe trabalho rotineiro de verificação dos mandados em aberto em casos de homicídio, mas não quis detalhar como ela foi encontrada. O delegado somente disse que Adriana vivia no Rio de Janeiro há algum tempo.
Crime – Adriana Aparecida Nunes veio de Uberaba para morar em Campo Grande para estudar. Morava em pensionato na Rua Arthur Jorge, no centro da cidade.
No boletim de ocorrência, consta que, no dia 12 de abril de 2005, por volta das 18h30, Adriana estava na frente de casa, limpando a calçada e juntado folhas. Estava com garrafa de 2 litros cheia de álcool e uma tocha improvisada, feita com cabo de vassoura e camisa velha. Na mão, um copo com pouco do álcool, que iria usar para queimar as folhas.
No relato feito à polícia, disse que o comerciante Airton Almeida Metello de Assis, 43 anos, chegou agressivo, perguntando pela vizinha. Ela disse que o conhecia de vista, já que namorava outra vizinha, segundo relato da estudante.
No depoimento, disse que o homem estava com pedaço de madeira na mão, de cerca de 60 centímetros e foi para cima dela. Assustada, jogou o copo de álcool em direção ele. Depois de agredida no quadril com a ripa, acendeu a tocha e ateou fogo nele, atingindo o homem no no rosto, orelhas, pescoço, tórax, abdômen, braços, mãos e coxas.
No boletim, consta que Adriana foi até a vizinha pedir socorro e foi orientada a ligar para a polícia. Voltou para casa e viu o comerciante no quintal, apagando o fogo com a água que estava no tanque. Ela correu até orelhão na Rua 7 de Setembro e disse ter ligado para Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
Quando voltou para casa, o homem estava sendo atendido pelo Corpo de Bombeiros. Assis foi internado na Santa Casa com queimaduras de 2º e 3º graus e morreu no dia 27 de maio de 2005, às 16h50. Em depoimento à polícia, disse que não tinha intenção de ferir ou matar o comerciante.
A reportagem apurou que existe outra versão, a de que ela era usuária de drogas e apaixonada pelo comerciante, tendo usado o álcool com o propósito de atingi-lo.
Adriana foi acusada de homicídio qualificado por emprego de meio cruel e o processo aceito pela 2ª Vara do Tribunal do Júri no dia 26 de março de 2012.
No dia 8 de fevereiro de 2013, consta no processo que o oficial de Justiça não conseguiu oficiar a estudante da denúncia, por estar em “local incerto e não sabido”. No dia 17 de abril daquele ano, o juiz suspendeu o prazo prescricional, ou seja, o processo parou de tramitar até que ela fosse encontrada. A prisão preventiva foi decretada e o mandado tinha validade até 25 de março de 2052.
A reportagem entrou em contato com familiares do comerciante, mas não quiseram se pronunciar.
Adriana Nunes ainda foi levada da delegacia para presídio no Rio de Janeiro e ainda será transferida para presídio em Mato Grosso do Sul. Irá enfrentar a primeira audiência de instrução e julgamento do caso, determinada em despacho do dia 7 de julho: o interrogatório irá acontecer no dia 18 de outubro.