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Bataguassu

Fé, gratidão e muita história para contar; atleta de Bataguassu se torna profissional no futebol da Eslováquia

Fotos: Arquivo pessoal / Paulo Henrique Martins Valadão

Você de Bataguassu e região já ouviu falar da Eslováquia? Se a resposta for não, vou te dar um bom motivo para passar a acompanhar notícias do futebol desse país localizado no centro da Europa. Paulo Henrique Martins Valadão, o “Paulinho”, o filho da Deise e do Adelmo, popular “Rancharia”, um garoto criado em Bataguassu, está vestindo a camisa do SK Tomasov, realizando o seu sonho de ser um jogador de futebol profissional.

Perguntado pelo Jornal Produção sobre sua nova experiência como profissional, Paulo citou a realização do seu sonho.


Pude realizar aqui esse sonho de ser profissional, essa conquista que sempre quis, porque até antes nunca tinha assinado contrato. Eu vim pra cá e isso tudo aconteceu. Tem uma semana que estou nessa nova fase”.

Antes de jogar na Eslováquia, Paulo jogou por equipes pelo Brasil, ainda sem contrato profissional, sempre mantendo o sonho de viver do futebol.

“Em 2017 eu joguei o Campeonato Paranaense pelo Colorado, depois eu passei pelo Grêmio Bela Vista, de Rio Claro (SP), passei também pelo Capivariano, depois fui para o Jalesense Atlético Clube, de Jales (SP), e agora estou aqui no Tomasov”.

Paulo citou neste ponto da entrevista como se iniciou o seu carinho pelo futebol, citando a família como o início de tudo.

“Nasci e cresci gostando de futebol, por conta do meu pai. Meu pai jogava e meu vô gostava muito também. A minha família sempre foi muito envolvida no futebol, então esse foi um caminho, a porta para entrar também nesse ramo e amar fazer isso. O sonho do meu avô era me ver jogando futebol. Hoje ele já se foi, mas acredito que de onde estiver está muito feliz de me ver realizando este sonho. ”

Com muito carinho, Paulo lembra dos professores da Escolinha de Futebol em Bataguassu. José Roberto Pires, o “Zé Roberto”, e John Formiga, que foram muito importantes para o desenvolvimento de muitos garotos no esporte.

“Minha primeira oportunidade foi quando eu fui treinar com o Zé Roberto. Ele e o John Formiga na escolinha de Futebol em Bataguassu. São dois caras que independentemente de onde eu estiver, sempre vou lembrar deles, porque foram eles que me deram a primeira oportunidade de jogar, treinar, aprender mais sobre futebol, disputei meu primeiro campeonato com eles, a primeira vez que fui campeão foi com eles, então tenho muita gratidão a eles”.

O Jornal Produção entrou em contato com o treinador Zé Roberto, que em relato emocionado falou sobre a satisfação de ver o “Paulinho” alcançar grandes conquistas no futebol.

“O Paulinho é filho de um amigo, de um dos melhores centro avantes que nossa região aqui já teve. O pai dele é o conhecido “Rancharia”, sempre foi um excelente atacante. Ele chegou para mim com o sonho de ser atacante, mas acabei o adaptando para a zaga, aí o Paulinho começou a deslanchar. Em 2017 eu preparei uma equipe para disputar a Mercosul, em Venceslau. O prefeito da época, Dr. Caravina e o secretário nos deram todo apoio e fomos para Venceslau. Nós fomos campeões e o Paulinho foi considerado o melhor zagueiro da competição”.
“Para nós é uma satisfação enorme. Nós aqui, treinadores do interior, a gente é um garimpeiro. Nós fazemos aquele papel de achar aquela pedra bruta e você lapidar ela para poder colocar no cenário esportivo. Tem muitos que tem esse sonho, mas poucos conseguem chegar até lá”.

Sobre a oportunidade que teve em Bataguassu, Paulo tem um recado para os garotos que tem o sonho de ser jogador de futebol.

Eu saí de Bataguassu. Muitos que estão em clubes hoje saíram daí, tendo a convivência com esses que estão envolvidos com o esporte, como o Zé Roberto, o Testa, o John Formiga, o Waldeci Corretor. Esses caras quando enxergam habilidade em um garoto vão ajudar, vão investir. Sou muito grato e amo Bataguassu, minha cidade sempre vai ser o ponto inicial da minha história”.

Paulo neste ponto da entrevista fala sobre a importância de sua família na carreira.

“Só Deus sabe o que meu pai trabalha e já trabalhou para me dar a oportunidade de jogar futebol, e só Deus sabe o que a minha mãe também já passou para poder me dar essa oportunidade. Tudo isso que acontece na minha família, na minha casa, agradeço primeiramente a Deus, e depois a eles, porque eles merecem. Eles sempre me apoiaram, nunca me deixaram desistir. Até um mês e meio atrás eu estava trabalhando, acordando 4h da manhã de segunda a sábado para ganhar um salário mínimo, e hoje estou aqui em uma reviravolta que é só Deus para explicar. Se Deus quiser daqui um tempo vou poder dar uma melhor condição de vida para a minha família. ”

Em entrevista ao Jornal Produção, Deise em relato emocionado fala sobre o sentimento de ver o filho realizar o sonho de jogar futebol.

“O sentimento é de conquista e realização, por tudo o que a gente passou, tudo o que a gente fez está valendo a pena, porque foram dias de muitas lutas, lágrimas e sofrimento. Houve momentos em que ele pensou em parar e desistir, mas nós sempre apoiamos, porque sabemos do potencial que ele tem. Então ver ele realizado hoje é agradecer a Deus por tudo o que tem feito e pode fazer muito mais. O sentimento é de dever cumprido. Se hoje eu morresse, eu morreria feliz, pois vi meu filho alcançar o objetivo dele. E ele estando bem, é o que importa.”

Paulo também comenta sobre a experiência de jogar fora do país. Ele ressalta que não esperava que fosse ser tão rápido como está sendo.

“Em 2019 eu fui para a Itália, mas aconteceu uns problemas pessoais em questão de empresário, que acabou que não deu certo, mas agora estar aqui na Eslováquia é uma experiência única e maravilhosa. Fui bem recebido pelo clube e pelas pessoas que trabalham aqui. Estou trabalhando e tendo uma experiência de vida ótima”.

Finalizando a entrevista, Paulo destaca a importância do Sr. Sebastião Porto e sua esposa Regina, pois eles acreditaram em seu potencial e abriu as portas para uma nova oportunidade.

“Sou grato ao Sebastião Porto, lá de Rio Claro e a sua esposa Regina. Ele acreditou em mim e foi me buscar em um momento da minha vida que eu achava que não poderia mais jogar futebol. Ele me colocou para cima, me trouxe, e se estou aqui tenho muita gratidão por ele”.

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