Mato Grosso do Sul

“Vou ter que reconstruir minha vida”, diz pai de bebê assassinado pela mãe em Cassilândia

Fonte: Campo Grande News – Foto: Google Street View

O serralheiro Lucas Mariano de Andrade, de 28 anos, ainda tenta digerir a tarde de domingo, 1º de janeiro, quando viu a filha de apenas 2 meses de vida ser arremessada no asfalto e morta pela própria mãe, de 24 anos. “Vou ter que reconstruir minha vida”, afirmou ao conversar por telefone com o Campo Grande News.

Lucas contou que apesar da doença silenciosa, como descreve, a esposa estava bem naquele domingo. “Acredito que o que mais abalou ela foi não ter o apoio da mãe durante a gestação. A mãe dela também estava em uma situação de depressão. Foi tudo muito silencioso”, conta.

Na data, Lucas conta que estava chovendo e chegou a correr atrás da esposa quando a viu com a bebê nos braços. “Corri muito, mas ela tem a força de um homem, até eu conseguir chegar, ela fez tudo que fez. Eu estava tentando segurar e o pai dela também correu”, lamenta.

Depois, o homem ainda manteve a calma. Pegou a filha nos braços, chamou socorro, e tentou levar a mulher para casa. “Foi chocante, uma luta para tentar segurar”, descreve. O homem diz que até agora está tentando entender tudo. “Estou anestesiado, preciso colocar as coisas no lugar, mas minha família está dando apoio”, pondera.

Entenda – No relato à polícia, o rapaz contou que a acusada sofre com problemas psicológicos e espirituais, mas que o relacionamento dos dois sempre foi “harmônico e tranquilo”, inclusive, estariam planejando mudar de cidade por conta dos transtornos. Segundo ele, a jovem se sentia culpada e sobrecarregada.

No domingo, tentou acordar esposa e ela levantou alterada do sofá, deixando a criança cair. O rapaz afirma que chegou a ser agredido pela companheira e ele então ligou para o sogro. Quando o pai da jovem chegou na residência do casal, ela saiu correndo e abriu o portão indo em direção à rua com a bebê no colo.

O rapaz afirma que foi atrás da esposa e a uma quadra do local conseguiu segurar a mulher, que passou a chacoalhar a criança pelas pernas e então a menina veio a cair no chão. Em seguida, o pai da acusada chegou e todos voltaram para casa, acionaram um outro rapaz de 29 anos, que foi quem levou o bebê para o hospital, onde recebeu atendimento médico, mas acabou morrendo por conta dos ferimentos.

A mãe da bebê chegou a fingir um desmaio quando a polícia foi acionada, mas foi desmentida durante atendimento médico. A acusada confessou que segurou a criança no colo e que cometeu o crime sem motivo, porque precisava “libertar uma amarra espiritual” em relação ao companheiro e à filha. A mulher disse ainda que, por impulso, sentiu a necessidade de cometer o ato.

Ela passou por audiência de custódia na tarde desta terça-feira (3) e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Vinicius Aguiar Milani. Na decisão, ele alegou que não há hipótese de substituição da prisão por tratamento médico ou necessidade de perícia médica ou instauração de incidente de insanidade mental, já que a acusada apresenta bom estado de saúde.

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