Jorge Lafond

Capa do Google homenageia o 71° aniversário de Jorge Lafond, a “Vera Verão”

Humorista, bailarino e ator, Lafond morreu aos 50 anos em 2003, mas é lembrado até os dias de hoje.

Fonte: Aventura na História – Foto: Divulgação / YouTube – Google

Nesta quarta-feira, 29, os brasileiros que ligaram o computador e acessaram o principal buscador da rede mundial de computadores deram de cara com uma homenagem pouco usual; o Google, através de seu Doodle do dia, estilizou o emblema da empresa com referências ao humorista brasileiro Jorge Lafond, falecido há duas décadas.

O motivo da homenagem se dá pelo aniversário do ator, que completaria seu 71º aniversário hoje. Contudo, aos menos atentos, a referência pode passar despercebida, devido a semelhança estética com outro ícone queer: a drag RuPaul. Lafond, por outro lado, é o criador da figura de Vera Verão, que angariou popularidade em diversos programas da TV brasileira entre o final do século 20 e começo dos anos 2000.

Nascido em Nilópolis, no Rio de Janeiro, em 29 de março de 1952, Jorge chegou a manifestar em entrevistas que já reconhecia ser homossexual na infância, desde sempre enfrentando preconceito por compor minorias. Na juventude, tornou-se bailarino e se especializou em dança africana, além de formar-se em teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

Antes de se tornar Vera Verão, Jorge Lafond trabalhou como bailarino e ator em peças teatrais e programas de televisão. Ele ficou famoso na década de 1980, quando começou a se apresentar como drag queen em bares e casas noturnas do Rio de Janeiro, sendo convidado para algumas produções da TV Globo. Contudo, o reconhecimento nacional se deu nos anos 1990, em outra emissora.

Em 1991, Lafond se juntou ao elenco do programa humorístico “A Praça é Nossa”, do SBT, onde passou a interpretar a personagem Vera Verão, uma drag queen emplumada, careca e comumente vista com roupas coloridas e cintilantes. A personagem era conhecida por seu humor ácido e suas tiradas sarcásticas, que conquistaram o público e se tornaram um grande sucesso.

Ícone LBGTQIA+, Jorge foi um dos primeiros artistas a aparecer fixamente na televisão brasileira sendo abertamente homossexual. Ainda mais que isso, transpareceu em sua principal personagem uma figura drag de força, que não levava desaforo para casa ao ser enfrentada com expressões homofóbicas e pejorativas, angariando o carinho do Brasil com o bordão “Bicha não!”.

O sucesso ultrapassou os programas de humor, sendo convidado para reproduzir a personagem em campanha do Governo Federal e ainda tornou-se repórter do ‘Domingo Legal’, realizando matérias hilárias entrevistando populares no Piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro. Foi no mesmo programa, no entanto, que sua carreira virou de cabeça para baixo.

Em novembro de 2002, ela revelou publicamente que havia sido retirada do palco a pedido do Padre Marcelo Rossi para a realização de uma oração ao vivo, fato negado pelo religioso à revista Quem. Contudo, ao ‘TV Fama’, da RedeTV, em uma de suas últimas entrevistas, Jorge afirmou que o episódio acarretou em uma depressão profunda, chegando a questionar sua própria fé.

Na semana seguinte, ao episódio, ele foi socorrido em estado grave devido a uma crise hipertensiva, além de diversos problemas cardíacos que culminou em uma sequência de internações, sendo a última delas em 28 de dezembro de 2002, quando uma crise renal, somada a hipertensão, o fez ficar por mais tempo no hospital. Lafond não resistiu, sofrendo uma falência de múltiplos órgãos no dia 11 de janeiro de 2003.

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