Fonte: R7 – Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil
O líder da FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade), José Rainha Junior, foi preso neste sábado (4), em operação da Polícia Civil de São Paulo, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do estado de São Paulo. A operação prendeu também Luciano de Lima, outra liderança do movimento.
“As diligências foram decorrentes de mandados de prisões preventivas, pedidos e autorizados pela Justiça, de líderes de movimento de invasão de terras que exigiam vantagens financeiras de, pelo menos, seis vítimas”, informou, em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
A pasta ressaltou que as prisões não têm relação com as ocupações de terra realizadas pelo FLN no carnaval, na região. Há duas semanas, a FNL desencadeou o chamado “Carnaval Vermelho”, invadindo oito fazendas no Pontal e uma no Mato Grosso do Sul.
O grupo alegou que as fazendas tinham sido reconhecidas como terras públicas, o que não foi confirmado pela justiça. Na maioria dos casos, foi dada liminar de reintegração de posse em favor dos proprietários.
Em 2015, Rainha Junior foi condenado a 31 anos de prisão após ser acusado pelo Ministério Público Federal de desviar recursos destinados à reforma agrária. Sua defesa entrou com recurso e ele permanecia em liberdade.
O presidente licenciado da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, ex-secretário nacional de Assuntos Fundiários no governo Bolsonaro, disse que os proprietários rurais se sentem aliviados por saberem que ainda existe justiça.
“Invasores de propriedade com ficha criminal conhecida, que promovem o caos, desrespeitam constantemente o Estado democrático de direito, por mais que tenham amigos poderosos, precisam saber que ninguém pode estar acima da Lei”, disse.
Em nota e também pelas redes sociais, a FNL fez um post dizendo que a prisão de José Rainha e Luciano de Lima é “de cunho político” e alegando ser um “ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra”.
MST e outras invasões
José Rainha Júnior foi líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), e agora integra a FNL. Nesta semana, cerca de 1.700 sem-terras invadiram três fazendas de cultivo de eucalipto da produtora de papel e celulose Suzano nos municípios baianos de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas.
A Justiça determinou a reintegração de posso de uma das fazendas invadidas, em Mucuri, além de prever multa de R$ 5.000 por dia, em caso de descumprimento. Apesar disso, o MST ameaçou invadir mais propriedades espalhadas pelo país. “Continuamos por aqui fazendo luta. E temos disposição para outras ocupações”, disse Eliane Oliveira, dirigente da entidade no estado baiano.