Fonte: Campo Grande News – Foto: Reprodução / Facebook
Aluguéis atrasados, boletos não pagos de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e despesas com pintura e reparos que somam R$ 21.891,15 ficaram para trás antes de a Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, desocupar um salão no Bairro Jardim São Conrado, em Campo Grande, onde realizava seus cultos.
Proprietário do imóvel, o construtor Aparecido Alves Pereira recebeu de volta as chaves do imóvel em 2 de fevereiro deste ano. No mês seguinte, ele ingressou com ação judicial cobrando dívida com a locação e a restituição do que gastou para deixar o local em condições para ser locado novamente.
“Não vi nenhum centavo até agora”, ele afirmou à reportagem. Atualmente, a propriedade de Aparecido é ocupada por uma empresa de marcenaria.
No processo judicial movido pelo construtor, o representante legal da igreja ainda não se manifestou sobre possível acordo para pagamento.
Quase R$ 170 mil – Além de Aparecido, proprietários de outros nove imóveis em Mato Grosso do Sul fazem cobranças judiciais à Igreja Mundial do Poder de Deus referentes a aluguéis.
O total de R$ 169.229,52 é cobrado por Aparecido e os demais proprietários – considerando a soma de aluguéis vencidos e IPTUs vencidos, juros, multas e correções.
Os salões alugados ficam em Aparecida do Taboado, Brasilândia, Campo Grande, Fátima do Sul, Nova Andradina, Ribas do Rio Pardo e Terenos.
Um templo de Nova Andradina está ligado à cobrança mais alta. O proprietário do salão alega que 11 aluguéis deixaram de ser pagos entre 1º de março de 2022 e 1º de março de 2023 e espera receber R$ 50.318,07, além de pedir o despejo do inquilino.
A Igreja Mundial já deixou dois imóveis em Terenos a pedido dos proprietários. Em um deles, cumpriu o prazo de 15 dias para entregar as chaves do local e parcelou dívida que soma R$ 23.232,27, segundo extrato que consta no processo judicial.
O valor de R$ 4,5 mil em aluguéis vencidos é cobrado pelo uso de imóvel no Bairro Moreninhas II, localizado em uma das regiões mais populosas da Capital. Por terem sido feitos acordos não cumpridos e haver outras cobranças pendentes, a defesa acusa que R$ 27.182,79 são devidos.
No site oficial, a igreja aponta manter templos em 53 cidades de Mato Grosso do Sul.
Resposta da igreja – Em comum, os valores não pagos venceram em datas correspondentes ao período mais crítico da pandemia de covid-19, entre 2020 e 2022.
Em manifestação à cobrança de aluguel e pedido de despejo feito à Justiça de São Paulo, a igreja alega ser “público e notório” que enfrenta dificuldades financeiras, “principalmente pelo período da pandemia”, como destacou reportagem da Folha de São Paulo publicada em 5 de maio.
O Campo Grande News tentou ouvir a Igreja Mundial do Poder de Deus sobre as pendências com proprietários de imóveis em Mato Grosso do Sul, mas não conseguiu retorno até a publicação desta matéria.