Fonte: Campo Grande News – Foto: Helio de Freitas / Arquivo
Por unanimidade, a 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou, durante a tarde desta terça-feira (9), o recurso que sequestra os bens de Mizael Ribeiro Quintas, de 49 anos, acusado de repassar quantia inferior ao combinado para apostadores de bolão que faturou R$ 27,9 milhões da Mega-Sena.
Segundo os autos, o pedido do sequestro foi negado em primeira e segunda instância. O MPE (Ministério Público Estadual) pontuou que não há provas de que houve a apropriação da quantia.
O caso, que também está em andamento na 4ª Vara de Cível de Dourados, não obteve sucesso ao tentar realizar um acordo entre as partes. Na audiência, a juíza Daniela Tardin chegou a negar um pedido de tutela que visava o bloqueio de quase R$ 1,6 milhão do acusado.
O caso veio a público no mês de abril desde ano, após publicação do Campo Grande News. Sorteado no dia 13 de julho de 2022, o concurso 2.500 teve como vencedor uma aposta feita em Dourados, cidade a 251 quilômetros de Campo Grande.
Esse foi o maior prêmio da Mega-Sena já pago a uma aposta feita no município. Além do prêmio na faixa principal, a aposta de 7 números faturou também seis quinas, o que aumentou o total para R$ 27,9 milhões.
O que dizem as fontes – Participante há vários anos do grupo das apostas organizadas por Mizael, o comerciante de 53 anos afirma que deveria receber pelo menos R$ 2,3 milhões, já que o bolão seria formado por 12 pessoas.
Entretanto, o organizador do bolão teria repassado apenas R$ 690 mil ao comerciante. No dia 1º de agosto, quase três semanas após o sorteio e sem conseguir receber o valor que esperava, o comerciante procurou a Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência contra Mizael Quintas por apropriação indébita.
Segundo a história contada pelo comerciante à polícia, Mizael alegou que ele tinha direito apenas à meia cota do bolão e que eram 20 e não 12 os participantes. Até agora, todas as decisões da Justiça, tanto de primeira instância quanto do Tribunal de Justiça, foram contrárias ao sequestro das contas bancárias do apostador.
Tanto o comerciante autor da ação quanto os outros três apostadores supostamente lesados afirmam que Mizael era funcionário da Lotérica Zebrinha, onde a aposta foi registrada. Ambas as partes foram procuradas pela reportagem, mas permaneceram em silêncio até o fechamento da matéria.