Fonte: Campo Grande News
Os quatro policiais militares acusados de perseguir, agredir e praticar tortura psicológica contra o jornalista Sandro de Almeida Araújo, 46, sexta-feira (2) em Nova Andradina, serão transferidos para outras unidades, ainda não definidas. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (5) ao Campo Grande News pela assessoria de comunicação da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Editor do site Jornal da Nova, Sandro Araújo voltava para casa de carro quando percebeu que estava sendo perseguido por uma caminhonete L200 branca e por um Sandero Stepway branco sem identificação. Os policiais estavam à paisana.
Quando o jornalista parou o carro e tentou entrar em sua casa, foi impedido pelos quatro homens, que não usavam qualquer identificação da Polícia Militar. Sandro foi dominado com golpe chamado “mata-leão”, jogado no chão e revistado. Seu carro também foi revistado, mesmo sem qualquer mandado judicial. As cenas foram registradas por câmeras de segurança.
Segundo o jornalista, os policiais o acusaram de ter espalhado faixas e soltado fogos de artifício, para comemorar a troca de comando no 8º Batalhão da PM. Na sexta-feira, o tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza, que acumulava problemas com o jornalista, passou o comando para o tenente-coronel Paulo Renato.
A reportagem apurou que dos quatro PMs, apenas um estava de serviço na sexta-feira de manhã. Todos acumulam processos e denúncias por crimes comuns e durante o exercício das funções.
Um deles responde por homicídio, acusado de matar um jovem e balear outro em Ivinhema. Estava de folga na sexta-feira. O PM que enforcou e jogou o jornalista no chão já respondeu por tortura e responde por violência doméstica contra a mulher. Ele está oficialmente de atestado.
Outro policial envolvido no caso, único que estava de serviço na sexta-feira, já foi investigado pela Corregedoria da PM acusado de desviar e revender produtos contrabandeados apreendidos. O quarto PM do caso trabalhava em Nova Andradina, mas atualmente estaria lotado em Bonito. Ele também já foi investigado por corrupção.
No boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, o jornalista afirmou que foi jogado no chão, agredido com socos, sofreu humilhação e ficou com lesões. Ele passou por exame de corpo de delito. Sandro de Almeida Araújo afirma ter sofrido abuso de autoridade, já que não havia contra ele qualquer mandado de busca ou de prisão. Os policiais disseram ao jornalista que estavam “cumprindo ordens”.