Rota Bioceânica

JBS inaugura transporte pela Rota Bioceânica conectando Brasil ao Chile

Fonte: A Crítica – Foto: MOPC Paraguay

Nesta quarta-feira (22), a JBS iniciou carregamento para o primeiro transporte de carga que vai trafegar pela Rota de Integração Latino-Americana (RILA), um novo trajeto que conecta o Brasil ao Chile, passando pelo Paraguai e Argentina.

Acompanhado por Lucio Lagemann, assessor especial de logística da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o carregamento marcou o início do uso da RILA para o transporte de mercadorias entre esses países. Lagemann esteve presente na unidade Friboi de Campo Grande 2, observando o embarque da primeira carga de carne produzida no Mato Grosso do Sul com destino ao Chile.

A carga, consistindo em 13 toneladas de carne bovina, será transportada a partir da unidade Friboi de Campo Grande 2, em Mato Grosso do Sul.

A viagem incluirá uma travessia de balsa pelo Rio Paraguai onde deverá fazer o desembaraço aduaneiro para poder seguir de balsa para Carmelo Peralta, no Paraguai. Depois cruzará todo o chaco paraguaio até chegar a Argentina e na sequência segue para o Chile, tendo como destino final a cidade de Iquique.

Bruno Correa, membro da equipe de exportação da Friboi, destacou o impacto positivo da nova rota. “A redução no tempo de entrega para nossos clientes chilenos pode ser de até 5 dias, otimizando significativamente o fluxo de transporte de nossos produtos”, explicou Correa. A chegada da carga em Iquique está prevista para o dia 29 de novembro.

Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), destacou a importância estratégica da operação: “Estamos transportando carne, um produto perecível, o que demonstra nossa confiança na eficácia desta rota. Se houver atrasos nas aduanas, corremos o risco de perder a carga. Estamos empenhados para que essa expedição seja bem-sucedida, estabelecendo um recorde de tempo até Iquique e provando para as indústrias do Centro-Oeste que a melhor rota de exportação é via Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.”

Gelson Pavoni, empresário do setor de transportes, comentou sobre a longa espera pela integração dos quatro países: “Após três décadas de expectativas, ver a Rota Bioceânica se tornar realidade e conectar o Mato Grosso do Sul aos portos chilenos é uma grande conquista.”

Contudo, Pavoni salienta que, no momento, apenas certos tipos de carga podem ser transportados pela Rota Bioceânica, excluindo, por exemplo, a soja. Ele explicou que as diferenças nas legislações de trânsito e nos tipos de veículos usados nos países envolvidos limitam o transporte de produtos in natura. “Inicialmente, apenas produtos acabados podem ser transportados, já que nossos caminhões rodotrens de 9 eixos enfrentam restrições em territórios estrangeiros.”

Apesar disso, a maior parte da frota de Mato Grosso do Sul, composta principalmente por carretas de 3 eixos, está preparada para transportar cargas de maior valor agregado, como produtos industrializados e proteína animal. “Carretas menores, que não sejam rodotrens, são adequadas para o transporte de cargas de valor agregado pela RILA”, acrescentou Cavol.

Este passo da JBS, utilizando a RILA para transporte, não só destaca a empresa no cenário de comércio internacional, mas também inaugura um novo capítulo de eficiência logística e oportunidades comerciais na América Latina.

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