Mato Grosso do Sul

Gaeco apreendeu R$ 800 mil na casa do presidente da Federação de Futebol de MS

Fonte: Campo Grande News / Foto: Divulgação

Operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) – órgão do Ministério Público de Mato Grosso do Sul – contra lavagem de dinheiro dentro da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) já apreendeu R$ 800 mil em espécie. Denominada “Cartão Vermelho”, a ação cumpre 7 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

Segundo o Ministério Público, em 20 meses de investigação “foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros”.

Dessa forma, sete pessoas são alvos de prisão e também há 14 alvos de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (21). Equipes do Gaeco cumprem as ordens judiciais e contam com o apoio da Polícia Militar.

Na casa de Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, presidente da FFMS, foi apreendida alta quantia de dinheiro em espécie – mais de R$ 800 mil.  O imóvel de alto padrão, murado do chão ao telhado, fica no Bairro Taveirópolis, em Campo Grande.

O esquema – Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, em valores não superiores a R$ 5 mil, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema. A investigação constatou mais de 1,2 mil saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3 milhões.

Também havia um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. “Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”, diz nota do Gaeco.

Ao todo, os valores desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul superaram a casa dos R$ 6 milhões.

Por conta do presidente da Federação ser advogado, a operação conta também com a participação de representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil.

O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

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