Fonte e foto: Polícia Civil / MS
Com o objetivo de prestar um atendimento mais humanizado às pessoas surdas, a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul firmou uma parceria com a Escola de Governo e ofereceu aos seus servidores, um curso básico de Libras, voltado para o atendimento policial. As aulas tiveram início em setembro de 2022 e se encerraram nesta terça-feira, 24/01.
O curso de introdução à Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi realizado na Academia de Polícia Civil do Mato Grosso do Sul. As aulas foram ministradas pelo professor mestre em Educação, Francimar Batista Silva, com carga horária de 100h/a.
De acordo com Silva, levar conhecimento sobre a Língua Brasileira de Sinais aos policiais civis foi muito desafiador e produtivo. “O conteúdo repassado em aula contribuirá no rompimento da barreira linguística com a pessoa surda, vez que o policial poderá realizar um atendimento mais humanitário”, reforçou.
Devido à relevância do tema, até mesmo a Delegada-Geral adjunta, Rozeman Geise Rodrigues de Paula frequentou as aulas e salientou a importância da participação dos servidores em cursos como esse. “O mundo só será melhor se respeitarmos as diferenças uns dos outros e também agirmos com empatia. Com a comunidade surda é igual: quanto mais soubermos sobre eles, a sociedade será mais inclusiva e justa”, falou.
A capacitação apresentou um conhecimento básico sobre a língua de sinais, ajudando os policiais civis a realizarem um atendimento correto, entendendo o contexto de vida da Comunidade Surda e suas particularidades. Os encontros aconteceram três vezes por semana, com aulas expositivas e práticas, de forma presencial e on-line.
Durante as aulas, os policiais civis aprenderam sobre a cultura surda, os níveis de deficiência auditiva, como atender corretamente na delegacia e na rua, o alfabeto, dias da semana, números, animais, alimentos, cores, termos técnicos da área policial e assuntos da atualidade, como eleições e copa do mundo.
E o conhecimento recebido em sala de aula já serviu para a escrivã Kátia Pedra prestar um atendimento mais específico na delegacia em que trabalha. “Sou formada em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, motivo pelo qual eu já havia tido contato anterior com a Libras, porém, participar de um curso voltado especificamente para o contexto policial foi muito importante, tanto que por duas ocasiões tive a oportunidade de atender surdos na delegacia e pude compreender o quão significativo é para eles estarem em um ambiente em que são atendidos e compreendidos em sua própria língua”, comentou.
A previsão é que novas turmas sejam formadas ainda este ano. A intenção é realizar uma etapa intermediária com os alunos que fizeram o curso básico e também formar uma nova turma para iniciantes, possibilitando que mais policiais civis possam se qualificar para prestarem um melhor atendimento aos surdos dentro e fora das delegacias.