Texto: Gabriel Torres
Na sessão ordinária realizada na noite de ontem (23), entre tantos assuntos trazidos, um em específico foi consenso entre base e oposição. A saúde pública bataguassuense passa por problemas.
Em suas falas, os vereadores cobraram a chegada da nova UTI Móvel, que viria para somar a outras duas que hoje compõem a frota da Prefeitura Municipal de Bataguassu.
Uma foi batida
Uma dessas UTI’s disponíveis para a Prefeitura Municipal de Bataguassu sofreu um acidente quando atendia um paciente no município de Presidente Prudente (SP). Sendo assim, hoje Bataguassu tem a sua disposição apenas uma UTI Móvel.
Em seu uso da palavra livre, o vereador Cleyton Silva (PODEMOS) mostrou um áudio onde um morador de Bataguassu se mostra indignado com a situação da saúde municipal, se referindo aos vereadores como “canalhas”.
“Essa é a imagem que a população tem desta casa, por várias vezes eu estive aqui falando sobre isso. Deixar uma pessoa que já mostrou não ter a devida competência para ocupar o cargo de Secretário Municipal de saúde, a pasta mais importante, porque está lidando com vidas, apenas porque ele é sobrinho da “prefeita de fato”.
Cleyton cita as histórias de repercussão negativa relacionadas a saúde municipal de Bataguassu.
“Esse é um relato de mais um vereador desesperado, porque a vaga zero de uma paciente foi pedida, há 5 horas aguardando e a justificativa é que não tem uma ambulância, e a prova de que realmente não tem é que teve que vir uma ambulância de Anaurilândia. Tivemos na semana passada a história do macaco e do pneu. Pacientes ficaram à beira da rodovia, precisaram de um suporte de outra pessoa que estava passando. A frota da saúde está sucateada! Minha mãe no mês passado foi para Campo Grande e chegou lá com a van fundindo o motor. Foi liberada às 10h da manhã, teve que ir um ônibus socorrer e chegou as 22h em casa. “
O vereador César Martins (MDB) também se mostrou indignado com os problemas da saúde, ressaltando que existe um erro na Prefeitura de Bataguassu e que devem ser prestados esclarecimentos.
“Já fui motorista de ambulância e sei o quanto é ruim quando sai a vaga zero e não tem o transporte para levar. E não dá pra levar na ambulância comum, tem que ser a UTI. Temos duas ambulâncias UTI, uma bateu e a outra estava atendendo outra pessoa. Nós fizemos há um ano a transferência para que fosse comprada uma UTI nova. Esse senhor nos chamou de “canalhas”, mas não é assim, meu pai me fez homem e honesto. Não sou canalha! Ele devia ter vindo aqui, com educação, não jogar nas redes sociais. Agora que a prefeitura está errando!? Sem sombra de dúvidas, e olha que eu fui um dos caras que pediu voto pro Akira dia e noite, mas eu já estou com vergonha de ser um vereador de Bataguassu. Se vocês querem pedir um requerimento pro prefeito e pro secretário para saber o que está acontecendo, podem contar comigo”, disse César.
O vereador Dr Éder (PODEMOS) também relatou sobre os problemas da administração.
“Tem que desenrolar para limpar a sujeira. A incompetência administrativa está clara e evidente. Não é de hoje que somos taxados com oposição. Eu já disse, não sou oposição e nem situação, sou população. Semana passada tivemos enxurradas não só de chuvas, mas de problemas administrativos. Ambulância quebrando e o motorista não sabe onde está o macaco. Temos emendas de deputados para comprar recursos para saúde. O duodécimo que foi comemorado e mandado, está na licitação ainda?”, disse o Vereador.
O vereador Celson Magalhães se mostrou indignado com a demora para a solução dos problemas relacionados ao setor de licitação.
Em fala direta ao vereador Cleyton Silva, crítico da administração, Celson desabafou: “Vou ser sincero, vereador Cleyton. A gente tem que defender a coisa certa, mas tem coisa que não tem defesa. Infelizmente o setor de licitação não está andando. Me desculpe a minha franqueza, sou vereador de base, mas a verdade tem que dizer.”, disse o Vereador.
O vereador Enviado Marques citou o duodécimo da Câmara em sua fala, e citou estar descontente com a administração, dizendo que falta pulso ao prefeito municipal.
“Estive há 90 dias falando com o chefe de licitação e ele me garantiu que com 30 dias o carro já estava na Secretaria. Veja bem, eu conversei com ele faz 90, ele me garantiu com 30 e até hoje não chegou. Eu não sei o que acontece, onde trava. O dinheiro tem, mas não compra. Quero uma explicação! Porque há 90 dias ele disse que com 30 os carros estariam no pátio da secretaria de saúde, e não estão até hoje.
Sobre o funcionário não querer trabalhar, isso vai muito do gestor. É o gestor que contrata. Se ele acha que tá bom assim, que assim seja. É o público que elegeu. Se tá bom assim, assim vai. Pra ele, agora pra cidade não tá! E tem que mudar!
Acredite! Um vereador que ajudou a eleger o prefeito, se ele está descontente imagina eu que fui contra. Por mais que esteja na base, para estar tentando ajudar, as coisas não estão dando certo. Falta só prefeito pulso, bater na mesa, querer mudar, quero troca”, disse.
O vereador Jaime Aragão (PODEMOS) falou sobre o problema da falta da UTI Móvel e relato de motoristas da saúde.
“Conversando com os motoristas, da saúde, eles dizem estar muito preocupados. E eles não podem falar, porque a corda quebra do lado do mais fraco. É uma preocupação que a secretaria a qualquer momento pare e eu me desloquei fui até o gabinete, até o secretário, estava em agenda em Campo Grande, mas me dirigi a chefe de gabinete perguntando dos veículos. Já vai vir equipado ou vem limpo pra Bataguassu para ficar mais um mês parado sem uso da população”, disse.
A vereadora Eliane (PSDB) no uso de sua fala, justificou o silêncio na sessão anterior, pois foi cobrar a ambulância UTI na prefeitura, e pelo setor de licitação foi informado que o prazo é de 90 dias e ainda faltam 30 dias para equipar.
“Eu sou uma vereadora que cobro, mesmo sendo da base. Cobro uma administração que ande realmente, porque uma administração ruim é a população que sofre, e isso reflete em todos. Prefeitos, vereadores, secretários, principalmente em nós vereadores, e eu sempre fui muito de estar cobrando, mas hoje estou triste, me desanimei. Eu quero trabalhar, tenho gás para trabalhar, amo Bataguassu, mas estou triste, arrasada. Eu não sei o que fazer, porque a gente cobra. Estou esgotada! Devemos procurar o prefeito e passar essa situação”, disse a vereadora Eliane.
O vereador André Bezerra (PDT) falou sobre a defesa de seus posicionamentos na casa de leis.
“Posicionamento! Tenho um posicionamento desde o meu primeiro mandato, e defendo ele fazendo tudo conforme a minha consciência. No início do mandato cobrava na tribuna, cobro agora pessoalmente, e não vou deixar de cobrar, porque o dia que deixar de cobrar eu deixo de ser vereador. Enquanto estiver debatendo ideias, eu estou disponível para um bom debate”, disse o Vereador.
Entre esses e outros relatos, é unânime na Câmara Municipal de Bataguassu que a saúde não vai bem e mudanças devem ser feitas.
A próxima sessão da Câmara Municipal de Bataguassu ocorrerá no dia 08/05.