Texto: Gabriel Torres / Foto: Redes sociais
No último dia (09), o Aspirante Oficial do Corpo de Bombeiros Militar, Bruno Roberto de Albuquerque dos Santos, viveu uma situação de grande emoção e satisfação. Agiu no salvamento de uma vida.
Em entrevista ao Jornal Produção, ele que é morador de Presidente Epitácio, mas já foi lotado na Polícia Militar em Nova Porto XV, contou mais detalhes sobre o ocorrido.
Tudo começou por volta de 07h20, do ultimo dia (09), quando Bruno desembarcava na Rodoviária de Campo Grande, vindo de Presidente Epitácio. Enquanto aguardava um serviço de transporte por aplicativo, ele relata ter percebido um grito insistente de um transeunte que chamou a atenção.
“Ei, Ei, Ei!”.
Um transeunte gritou “Ei, Ei, Ei!”, então imediatamente virei-me e ele disse: “Tem um homem caído aqui”, então imediatamente me desloquei até o local indicado , e me deparei com um homem caído no chão, em frente ao guichê da viação Andorinha. O homem parecia ter cerca de sessenta anos e estava claramente em apuros.
Sem hesitar, pedi aos populares que estavam ali para ligarem para o número de emergência 193 e solicitarem ajuda. Enquanto aguardava a chegada da viatura, fiz uma rápida avaliação da situação. A vítima estava sem pulso e não era possível identificar os batimentos cardíacos , e com dificuldades respiratórias. Era uma situação crítica que exigia ação imediata”, disse Bruno em suas redes sociais.
Bruno relata ter iniciado os atendimentos de primeiros socorros até que chegasse a emergência.
“Iniciei a massagem cardíaca para tentar trazer de volta a vida àquela pessoa em perigo. Enquanto realizava as manobras de ressuscitação, uma mulher se aproximou e se juntou a mim no esforço para salvar a vida da vítima.
Após cerca de 30 compressões cardíacas, a vítima recuperou a pulsação e voltou a respirar. No entanto, sua condição ainda era instável, e ele logo entrou novamente em parada cardíaca. Sem perder tempo, as compressões foram retomadas, desta vez com a ajuda da popular que se ofereceu para ajudar que realizou as massagens, e mais uma vez a vítima aparentou ter recuperado seus sinais vitais, sendo feito mais uma avaliação e mais uma vez a vítima perdeu o pulso e novamente foi iniciado as massagens até a chegada da equipe URSA 02″.
Com a chegada da equipe, o homem recebeu os demais atendimentos necessários.
“A equipe da Unidade de Suporte Avançado (URSA 02) chegou, liderada pela Ten BM Pietra, Sub Ten BM Hamilton e o Cov Sgt BM Marques, que de imediato forneceram o apoio necessário para restabelecer os sinais vitais do paciente. Continuei a realizar a massagem cardíaca, enquanto a equipe da URSA usou desfibrilador externo automático (DEA) para tentar restaurar o ritmo cardíaco normal da vítima.
Após uma série de ações e intensos esforços de reanimação, a vítima recuperou novamente seus sinais vitais. A equipe providenciou oxigênio e cuidados de suporte e, em seguida, a transportou para o hospital Santa Casa em estado crítico, mas com uma chance real de sobrevivência”, disse Bruno.
Vale ressaltar que não é a primeira vez que Bruno passa por uma situação como essa. Em 2018, ele e o amigo também policial, Mak Franco, ambos lotados em Nova Porto XV, ajudaram no salvamento de um homem e uma criança de 1 ano e 7 meses.
Em entrevista ao Campo Grande News na ocasião, Bruno que estava a caminho de um concurso, disse que sua vocação falou mais alto, e poderia perder a prova, mas não deixaria de atender.
Ao ver um grupo de pessoas pedindo ajuda na beira da estrada, a vocação veio à tona e os dois decidiram voltar, apesar do risco de perder a hora. “Eu passei devagar, vi o carro capotado e fiquei pensando naquele momento se daria tempo de chegar ao concurso. Olhei para o Mak e disse que a gente poderia perder a prova, mas precisava ajudar”.
Mak concordou no primeiro minuto e os dois voltaram ao local. Ao chegar, Bruno constatou que das três pessoas envolvidas no acidente, uma delas havia morrido. “Foi uma cena muito forte, ela estava muito machucada, foi arremessada do veículo”, conta.
Os policiais chegaram até um posto da CCR MS Via, concessionária da BR-163, em busca de ajuda. Ficaram no local até o último minuto e seguiram viagem até Campo Grande após as vítimas terem sido socorridas pela equipe.
Por sorte, Bruno e Mak que “abriram mão” da carreira naqueles instantes, chegaram a tempo para as provas do concurso. “Mas fiz a prova atordoado, não conseguia parar de pensar naquele acidente, naquelas pessoas. É um sentimento de tristeza por uma morte, mas também de recompensa por conseguir ajudar o próximo”.
Depois da prova, os amigos foram até a Santa Casa, devolver as malas da família e saber como os dois estavam. “Isso nunca tinha acontecido comigo, é uma experiência que jamais vou esquecer”, disse Bruno.
O que fazer em caso de parada cardiorrespiratória?
Bruno relata que a primeira coisa a ser feita é chamar a emergência, e só então buscar outras formas de controlar a situação até a chegada.
“Em casos de parada cardiorrespiratória, a primeira ação é contatar o serviço de emergência, seja o Corpo de Bombeiros Militar pelo telefone 193 ou o SAMU, que atende no telefone 192. Mantenha a calma e mantenha a segurança do local, peça ajuda de pessoas que estão no local para controlar os demais populares. Se houver conhecimento e habilidade necessária, é recomendado iniciar imediatamente a massagem cardíaca, que deve ser vigorosa e rápida, com uma frequência de pelo menos 100 compressões por minuto. A compressão deve ser profunda, com aproximadamente 5 cm de profundidade em adultos, segundo. A massagem só deve ser interrompida com a chegada do socorro especializado. Antes de ocorrer uma parada cardiorrespiratória, existem sintomas que podem indicar essa possibilidade, como dor intensa no peito, com irradiação para o abdômen, costas podendo chegar até os membros superiores (braços), fadiga, dor de cabeça forte, falta de ar, visão turva, calafrios e palpitações. Nestes casos, encaminhe a vítima o mais rápido possível para atendimento médico. Caso o transporte não seja possível, solicite ajuda imediatamente pelos números 193 ou 192; Já quando a pessoa é encontrada desacordada, não responde quando chamada, não respira e não tem pulso é de extrema importância iniciar as compressões cardíacas. “.