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Mato Grosso do Sul

Quadrilha montou corretora de investimentos falsa e lucrou cerca de R$ 40 milhões

Fonte: Correio do Estado

Foto: Divulgação / Polícia Federal

Polícia Federal deflagrou operação na manhã desta quarta-feira (1º) para desarticular quadrilha que atraía vítimas para um falso fundo de investimentos, prometendo grandes lucros com aplicações no mercado financeiro mobiliário.

Foram 2 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão, todos nas cidades de Dourados, Campo Grande, Ponta Porã, Naviraí, Porto Murtinho, Amambai, Franca-PR e Maringá PR.

Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal da Cidade de Campo Grande, especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal também sequestrou e bloqueou mais de R$ 40 milhões em bens móveis e imóveis da organização criminosa, bem como valores depositados em contas bancárias dos investigados, totalizando 44 ordens judiciais.

Para atrair clientes, eles criaram um sofisticado e convincente site na internet, onde em seu manual de investimentos explicava aos clientes a forma como trabalhava e os principais tipos de produtos oferecidos. Todos com uma rentabilidade muito acima do mercado.

Havia a área do cliente, acessado através de login e senha individual, onde existia gráficos e planilhas explicativas para descriminar os valores investidos e os ganhos obtidos com as supostas aplicações em bolsa feitos pela empresa em nome dos clientes, como se de fato fosse uma corretora de valores.

A empresa possuía faixas de investimentos, cujo rateio dos ganhos era feito da seguinte forma: investimentos de R$ 1 mil até R$ 50 mil, 50% dos ganhos eram do cliente e os outros 50% da empresa.

Já com investimentos acima de R$ 50 mil, 70% dos ganhos eram do cliente e o restante da empresa. Há casos em que investidores aplicaram na empresa mais de R$ 200 mil.

No auge do funcionamento, empresa chegou a contar com mais de dois mil clientes em todo o país. A maioria dos valores investidos no mercado de capitais resultou em grandes prejuízos para os investidores.

A organização é alvo de dezenas de ações cíveis em Mato Grosso do Sul, nas quais os investidores lesados cobram na justiça a devolução dos valores aplicados e indenizações por danos morais e materiais.

Uma parte considerável dos investidores que sofreram prejuízos é composta por policiais de diversas instituições de segurança pública do Estado.

O líder do grupo mentia ser um dos maiores investidores da Bolsa de Valores do Brasil para convencer potenciais clientes. Ele também é investigado em outros estados pela prática de crimes semelhantes.

Após o início das investigações, em 2020, a Polícia Federal descobriu que a empresa investigada circulou mais de R$ 60 milhões em dois anos.

A empresa só foi descoberta após denúncia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976 para disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários.

Parte dos R$ 60 milhões obtidos pela empresa foi remetida para Londres, no Reino Unido, após decisão da CVM de barrar as atividades da empresa, já que essa não possuía autorização do órgão regulador para operar no mercado de capitais.

Pelo descumprimento da ordem da CVM, os sócios formais da empresa foram multados em R$ 600 mil.

A organização criminosa era composta por três grandes núcleos. O primeiro era integrado pelos sócios da empresa e pelos responsáveis pela aplicação dos valores no mercado de capitais, os quais se enriqueceram da maior parte dos valores investidos pelos clientes.

Outro pelos corretores, responsáveis pela captação dos recursos dos investidores para aplicação no mercado de valores mobiliários.

Por fim, os responsáveis pelas ações de logística, já que a empresa, a fim de enganar os clientes, montou uma convincente estrutura que contava com página na internet, programas de gerenciamento de investimentos e um sofisticado manual do investidor.

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