Fonte: Campo Grande News – Foto: Adilson Domingos
O assassinato de Cleomar Antônio Correia, 39, o “Tchê”, na madrugada desta segunda-feira (12) em Dourados, foi motivado por briga pouco tempo antes do crime, entre a vítima e os dois autores presos ontem pela Polícia Civil.
Joel Coelho da Cruz Silva, 25, conhecido como “Bafo”, e Rafael de Souza Nascimento, 26, o “Foquinha”, foram presos no final da tarde de ontem e autuados em flagrante por homicídio.
Com antecedentes por tráfico de drogas em Dourados e em Santa Catarina, onde morava antes de se mudar para Mato Grosso do Sul, Cleomar foi morto com oito tiros de revólver calibre 38 dentro de uma conveniência localizada no Jardim Santa Brígida, região leste da cidade.
Segundo o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), policiais de plantão que foram ao local do crime identificaram o apelido de um dos envolvidos.
Os investigadores descobriram que Cleomar teria ameaçado matar Joel Coelho da Cruz Silva. O desentendimento, ocorrido em outro estabelecimento comercial na noite de domingo (11), envolveu também Rafael Nascimento. Os dois então combinaram de matar o desafeto e foram atrás do alvo. Joel pilotou a moto e Rafael disparou os tiros.
“O autor [Rafael] desceu da moto, efetuou os disparos, recarregou a arma e efetuou novos tiros para ‘conferir’ a morte, subiu na moto e os dois fugiram. Quando localizamos o irmão e a esposa de um dos suspeitos, eles informaram que ele estaria envolvido no crime e estava desaparecido”, explicou o delegado.
A polícia descobriu que os dois tinham fugido para a região de Laguna Carapã, cidade a 58 km de Dourados. “As equipes foram ao local, mas não os localizaram porque tinham sido resgatados pouco antes pela família. Conseguimos capturá-los chegando na cidade, onde iriam se apresentar”, afirmou Cubas.
Os dois acusados alegaram que a arma do crime teria sido jogada no Rio Dourados. O delegado do SIG afirma que a polícia tenta encontrar o revólver, pois há suspeita de que a arma esteja escondida ou de posse de outra pessoa. O motivo do desentendimento entre a dupla e a vítima ainda é desconhecido.
Antecedentes – Natural de Maravilha (SC), onde também tinha antecedentes por tráfico de drogas, Cleomar foi preso em janeiro de 2019 armazenando droga em sua casa, na Rua Cabral, no Jardim Monte Líbano, também na região leste de Dourados. A residência fica perto de uma escola pública.
Policiais militares encontraram 3,5 quilos de crack, balança de precisão, R$ 805 em dinheiro, cartões de crédito, documentos de veículos e aparelhos eletrônicos.
Apesar de todos os indícios de que a casa de Cleomar funcionava como ponto de distribuição de drogas, ele negou a venda direta para dependentes químicos e disse que apenas guardava o crack para um conhecido.
Ao condenar o réu a quatro anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto, no dia 1º de julho de 2021, o juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias, da 2ª Vara Criminal, rejeitou aumentar a pena por comércio de droga perto de escola, como determina a lei 11.343, de 2006. Atualmente, Cleomar tentava anular a pena em recurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.